Depois de seis anos de tolerância e críticas da comunidade, a Tencent e a Activision começaram a aplicar medidas mais severas contra comportamentos abusivos e tóxicos em Call of Duty: Mobile. A nova política de banimentos permanentes atinge jogadores com nicks xenofóbicos, racistas, misóginos ou de teor sexual ofensivo, além daqueles que participam de partidas com hackers, mesmo que não usem trapaças diretamente.
Banimentos por nicks e comportamento abusivo
A primeira leva de punições atingiu jogadores que usavam nomes ofensivos ou faziam apologia a crimes e discriminações. O sistema utiliza agora inteligência artificial chinesa para identificar nicks em diversos idiomas — inclusive português — traduzindo automaticamente e aplicando penalidades.
Além dos nomes, há relatos de que a Tencent também está testando ferramentas para detectar abusos verbais em chats e canais de voz, algo que já ocorre na versão para PC de Call of Duty. Jogadores que forem flagrados usando linguagem tóxica, ofensas raciais ou discurso de ódio podem ser banidos permanentemente nas próximas atualizações.
Fim da impunidade para quem joga com hackers
Outro ponto importante é a política de punição contra “boosting”, prática em que jogadores legítimos participam de partidas com hackers para subir de rank ou ganhar vantagens. Segundo informações obtidas por criadores de conteúdo, duas partidas com hackers já bastam para um banimento permanente, sem direito a recurso. O sistema de registros (“logs”) consegue identificar se o encontro foi aleatório ou proposital.
Essa mudança foi celebrada por parte da comunidade, que há anos denuncia a falta de controle contra trapaceiros. Ainda assim, os desenvolvedores reconhecem que é apenas o primeiro passo — o jogo ainda carece de um sistema antitrapaça robusto e de melhorias técnicas no código-fonte, que segue vulnerável e até disponível publicamente em sites estrangeiros.
Reembolsos fraudulentos agora resultam em ban
Outra novidade é o bloqueio automático de contas que solicitam dois reembolsos consecutivos de compras dentro do jogo. Antes, o sistema apenas aplicava restrições temporárias; agora, o banimento é definitivo, impedindo que jogadores abusem de falhas no sistema de pagamento.
Por que só agora?
A decisão da Tencent parece ter sido motivada por queda no número de jogadores ativos e de receita, além do desgaste da imagem de COD Mobile entre criadores de conteúdo. Durante anos, muitos influenciadores ignoraram os problemas do jogo, preferindo divulgar novidades cosméticas e roletas pagas. Esse distanciamento da realidade acabou gerando críticas da comunidade e perda de relevância até entre grandes nomes da cena.
Com o declínio de popularidade e o crescimento de concorrentes como PUBG Mobile e Delta Force, a Tencent e a Activision foram pressionadas a resgatar a confiança dos jogadores. As medidas punitivas e de moderação representam, portanto, uma tentativa de reconstruir a credibilidade do título e restabelecer um ambiente competitivo mais justo.
Reação da comunidade
A maioria dos jogadores recebeu a notícia com entusiasmo e alívio, considerando os banimentos um passo necessário — ainda que tardio — para revitalizar o jogo. Criadores de conteúdo também elogiaram a iniciativa, mas ressaltaram que falta um anticheat eficaz e resposta rápida às denúncias.


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